Sobre o Rito Escocês:
1.ª Parte:
À Gl∴ do G∴ A∴ D∴ U∴
Grande Loja Escocesa do Brasil
da
Estrita Observância Templária
&
Centro de Estudos Avançados da Arte Real
Apresentam:
DIFERENÇAS ENTRE OS RITOS NO ESCOCISMO
Por Eques Ab à Profesus Serenus
I.º Regente do Rito Escocês
da
Estrita Observância Templária
Na oportunidade que os saúdo a todos os irmãos e irmãs e por ter me deparado várias incongruências quando se faz uso das ferramentas de pesquisas e principalmente da I.A. do google uma crescente confusão no mar das confusões sobre o Rito Escocês da Estrita Observância Templária, principalmente confundido e mal compreendido pelo Rito Escocês Antigo e Aceito e para deixar mais acalorada essa assertiva, existem documentos sérios e nos arquivos da GLESO (França) que comprova historicamente por onde foi criado o Rito Escocês Retificado.
Para entender o processo de criação de um Rito, devemos estar amparados pelo mesmo processo oculto da emanação, formação, criação e colocar em ação uma Egregora ou Egregoroi (tema este de outra postagem). Mas, porque chamar um Rito de “Rito Escocês isso, rito escocês aquilo”? Remontemos a história da Ordem do Templo, abrindo um pequeno parêntese onde deve ficar bem compreendido a grande diferença entre “Ordem do Templo”, “Ordem dos Cavaleiros Templários” e “Ordem dos Cruzados”, cada qual com suas funções e atitudes totalmente diferenciadas. Os últimos foram criados por senhores feudais com o aval das autoridades eclesiásticas da época, formados basicamente por homens de armas, não nobres, mas todos aqueles que desejavam se alistar para defender “a terra santa”. Sobre o termo “Rito Escocês” afirmamos que é herdeiro de antiquíssimas filiações iniciáticas e tem o privilégio de ter recebido os ritos e tradições da Ordem do Templo, refugiando-se em Mull de Kintyre para escapar das perseguições. Depois que a Ordem dos Templários foi destruída na maioria dos países da Europa, os Cavaleiros que se refugiaram na Escócia foram protegidos e organizados na Ordem de Santo André do Cardo, fundada para eles pelo Rei Robert de Bruce após a Batalha de Bannock-Burn (24 de junho de 1314) para recompensar sua ação decisiva na batalha que selou a independência da Escócia. Mais tarde, juntaram-se a eles as Lojas Operativas dependentes da Abadia de Kilwinning, pertencentes aos monges tironianos. O destino da Ordem esteve inextricavelmente ligado à Casa de Stuart durante a Grande Maestria hereditária mantida pelo clã Saint-Clair (Sinclair) de Rosslyn (grafia antiga: Roslin) sendo o núcleo principal da chamada “Maçonaria Jacobita”. A Capela de Rosslyn, perto de Edimburgo, é uma pedra muda da testemunha do antigo esplendor da autêntica Maçonaria Escocesa – necessariamente jacobita – na qual os restos da Maçonaria do Santo Graal, os vestígios do Templarismo secreto, as Lojas Operativas foram fundidas e o nascente Rosacrucianismo. Após a queda da Casa dos Stuart – que arrastou consigo o clã Sinclair de Rosslyn – a Maçonaria jacobita foi impiedosamente perseguida pela dinastia usurpadora dos tronos da Escócia e da Inglaterra, entrando na escuridão da História. No entanto, a sua influência oculta foi inequivocamente sentida durante a revolta dos maçons escoceses, irlandeses e do norte da Inglaterra agrupados na chamada Grande Loja dos “Antigos”, apoiada pelos Duques de Atholl, sob a liderança do ilustre maçom Laurence Dermott. Esses maçons tradicionais, chamados de “antigos”, se opuseram por mais de sessenta anos aos maçons “modernos”,seguidores do desvio promovido pelo pastor Anderson, Payne e Désaguliers. Ao longo de todo este árduo trabalho, lidou extensivamente com a Maçonaria Jacobita Escocesa. Em seu livro Símbolos Fundamentais da Ciência Sagrada, no Capítulo “O Javali e o Urso”, René Guénon, em uma de suas costumeiras alusões ditas casualmente mas cheias de significado, Guénon aponta a homonímia entre “Caledônia” (antigo nome da Escócia) e a floresta mítica de “Calidon” e que, consequentemente, a Escócia histórica poderia ter abrigado, até tempos muito avançados, um centro espiritual derivado diretamente da Tradição Primordial e dependente de Ultima Thule... Além disso, etimologicamente "Shetland" significa literalmente "Terra de Shet”, ou seja, “Terra de Estabilidade”. Também devemos lembrar que, após a expulsão de Adão e Eva do Paraíso Terrestre, seu filho Shet foi autorizado a retornar ao Éden para recuperar o Santo Graal...Por outro lado, devemos lembrar que a primitiva Abadia de Kilwinning foi construída por monges do antigo mosteiro de Icolm-Kil, localizado na ilha escocesa de Iona, pertencentes à misteriosa Igreja Culdea, representantes de uma tradição evangelizadora pré-romana e celta. corrente derivada diretamente do cristianismo oriental primitivo. Diante desses fatos, não podemos deixar de evocar as figuras de José de Arimateia e Nicodemos, portadores do Santo Graal de Jerusalém às Ilhas Britânicas... Finalmente, o que já é um segredo aberto dentro das organizações tradicionais deve ser consignado do Esoterismo Ocidental: Jacobita A Maçonaria era uma “cobertura” das correntes ocultas do Templarismo subsistente na Escócia, utilizada para corrigir o desvio representado pela Maçonaria Especulativa de suas próprias origens. Tratava-se de sanar o cisma londrino de 1717 pela sobreposição da Maçonaria “Comércio”, de vários Altos Graus que transmitiam certas iniciações cavalheirescas às quais, em virtude das relações da Escócia (Caledônia) com Ultima Thule e com o Templarismo sobrevivente dentro da Casa de Stuart, o nome genérico de "Maçonaria Escocesa" lhes convém perfeitamente. Escusado será dizer que o acima se refere ao Templarismo Maçônico Escocês dos séculos 14 ao 17 e que tem pouco a ver com o chamado Rito Escocês Antigo e Aceito que, apesar de seu nome, é uma criação tardia do ano de 1804.
OS VERDADEIROS PRINCÍPIOS DA MAÇONARIA TRADICIONAL
O surgimento da Maçonaria Moderna ou Especulativa em 1717, com a organização da Grande Loja de Londres como resultado das manobras do Pastor Anderson, desferiu um duro golpe na tradição maçônica. Esse desvio moderno gerou, anos depois, a grande revolta dos maçons operativos liderados pelo eminente Ir.·. Laurence Dermott, que formou a Grande Loja dos "Antigos" para preservar os costumes antigos tradicionais. É inegável que a fonte da Tradição Maçônica está na Maçonaria Operativa anterior a 1717 e que a Grande Loja de Londres era cismática e irregular "ab initio".
Este esclarecimento necessário – mas muito pouco difundido – coloca a questão da regularidade maçônica na sua verdadeira perspectiva: o aparecimento da Maçonaria Moderna ou Especulativa é uma subversão da ordem tradicional originada na intrusão profana da política como consequência desastrosa das guerras religiosas ocorreram nas Ilhas Britânicas. Portanto, toda a Maçonaria Especulativa é irregular desde a sua origem, tanto na sua vertente “anglo-saxônica” orientada para o moralismo protestante, como na sua vertente “latina” derivada, desviada do desvio original, autointitulada progressista, liberal ou secularista.
Então vejamos:
1) Os critérios de verdade sobre a Tradição Maçônica devem ser encontrados na Antiga Maçonaria antes de 1717 e constituem a única maneira de colocar “Ordo ab Chao” na desorientação predominante nesse mundo.
2) A iniciação dos construtores (maçons) tem origem supra-humana, portanto está fora da História e não é resultado da invenção dos homens.
3) A Filiação da cadeia iniciática da Maçonaria se concretiza nos Mestres Maçons reunidos em Loja, sua Doutrina é exposta no simbolismo do Templo e seu Método de Realização Espiritual consiste na invocação ritual do Nome do Grande Arquiteto da Universo.
4) A Maçonaria – que é a Geometria – implica necessariamente a prática de uma Ciência Operativa espiritual e material que se baseia numa Arte figurativa e geométrica, expressa através da linguagem silenciosa dos símbolos.
5) O uso da Régua de 24’, o Compasso e o Esquadro são as Três Grandes Luzes da Maçonaria e simbolizam, respectivamente, a Revelação do Altíssimo, do Céu e da Terra, devendo presidir, centralmente, todos tiveram regularidade. Não havia como ter bíblias na época devido ao custo ser altíssimo para impressão. A bíblia de Gutemberg,foi impressa em 1455 e era enorme demais para caber em um simples altar.
6) Os "fundamentos de origem" da regularidade maçônica reside nos Antigos Deveres (Old Charges) da Maçonaria Operativa, tanto em seu aspecto espiritual como material.
7) A autoridade e o poder da Maçonaria residem nos Mestres Maçons que fundaram as Lojas e têm a capacidade de transmitir a iniciação maçônica. O Martelo é o símbolo do exercício da autoridade e do poder maçônico.
8) A Loja é o ponto de encontro natural e regular dos Maçons para a realização de seus Trabalhos.
9) As Lojas dos Altos Graus de Perfeição são dirigidas por três Grandes Mestres Maçons que representam respectivamente o Rei Salomão, o Rei Hiram de Tiro e Hiram Abbi, o construtor. As Lojas dos Graus Simbólicos são dirigidas por um Venerável Mestre da Loja, um Primeiro Supervisor e um Segundo Supervisor.
10) Antes de iniciar seus Trabalhos, as Lojas devem verificar a segurança da Reunião e a qualidade maçônica de todos os presentes.
11) Os Maçons Desconhecidos que se candidatem ao Trabalho devem ser testados por meio do telhamento, o que implica perfeito conhecimento dos Modos Secretos de Reconhecimento.
12) Os Mestres de uma Loja já estabelecida, perante a solicitação formal de pelo menos 3 (três) Mestres devidamente qualificados e com comprovada solvência material, poderão emitir-lhes cópia de um dos Antigos Deveres (Obrigações Antigas) para regularização da elevação de Colunas de uma nova Loja constituindo a primeira na Loja-Mãe da segunda.
13) O avental, acompanhada das luvas, é a “roupagem do maçom”, sendo imprescindível seu uso em Loja.
14) Todo candidato (a) à iniciação maçônica deve ser uma pessoa saudável, livre e de bons costumes.